A solenidade de Todos os Santos nos sermões escritos por são Bernardo
«Dai-nos hoje a glória de contemplar a cidade do céu»: dizemos no prefácio. Verdadeiramente é uma contemplação que se realiza na fé, na recordação e no desejo. Trata-se de uma cidade dos santos: «Pensar neles – diz são Bernardo – é como vê-los. Nós, em parte, já estamos na terra dos vivos; e não numa pequena parte, ser a memória há já o desejo; os santos estão lá com a presença, nós através da recordação. O primeiro desejo que a memória dos santos suscita e alimenta é poder viver a sua comunhão jubilosa, merecer ser concidadãos das almas bem-aventuradas, pertencer à sua família e associar-nos ao grupo dos patriarcas, à multidão dos profetas, ao senado dos apóstolos, ao exército numeroso dos mártires, ao colégio dos confessores, ao coro das virgens: estar reunidos na bem-aventurada comunhão de todos os santos».
Os santos são a porção de Igreja já perfeitamente bem sucedida; os homens nos quais a predestinação se realizou; os filhos de Deus, nos quais já se revelou, na semelhança com Cristo, o mistério que já estava presente neles nesta terra. A santidade não é algo que se junta como um acréscimo ao fim do homem, mas é o seu cumprimento correspondente ao desígnio de Deus; é o realizar-se da imagem de Cristo no homem. Cristo é o modelo, o primeiro dos santos e o artífice da nossa santidade.
(Liturgia das Horas - Solenidade de Todos os Santos)
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