sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Prisioneiras por amor!


Irmã Carmelita em seu momento de oração pelo Carmelo, por si e por toda a Igreja
  
A clausura e a fé


O dia mundial das claustrais está muito relacionado com o Ano da fé proclamado por Bento XVI. As vidas de mulheres provenientes de países e culturas diversas, inclusive profissionais que renunciam à carreira para se retirar no mosteiro e se dedicar totalmente a Deus na solidão e na oração, na época das agências de rating são uma proposta insólita de vida alternativa.
A alegria da vocação 
São mulheres libertadas das sereias da eficiência produtiva e do fascínio de modelos desprovidos de horizontes espirituais. Privilegiam o silêncio em vez do tumulto e do clamor e vivendo deste modo, para os cristãos permanecem uma chamada evidente à reflexão sobre a qualidade da fé professada e para os não crentes constituem um convite a questionar-se sobre Deus: aquele que atrai tão fortemente jovens vidas, consagradas porque à procura de uma amor gratificante.
Ao mesmo tempo, as mulheres na clausura por amor a Deus, enquanto estimulam a fé cristã, por sua vez, são chamadas a responder todos os dias de forma coerente às exigências da sua consagração. O Evangelho dirige quotidianamente também a estas mulheres extraordinárias  a pergunta feita por Jesus aos discípulos. «E vós, quem dizeis que eu sou?». O segredo da fidelidade aos compromissos de pobreza, castidade, obediência que caracterizam a vida e a oração monástica está, em primeiro lugar, na resposta de cada mulher consagrada a esta pergunta de Cristo. Na medida em que a fé em Jesus Cristo é vivida com amor, temos boas razões para sermos fiéis à vocação monástica. Se faltar o amor, tanto na vida cristã como na consagração total a Deus, falta também a fé.
Irmãs Carmelitas
A fé e o amor para escolher o mosteiro alimentam-se com a oração. É característico da vida monástica rezar sempre. Não é uma coincidência que as mulheres consagradas sejam chamadas e conhecidas como orantes e passem grande parte da vida a rezar. A vida de oração não é uma vida preguiçosa e um pouco indolente. Rezar significa entreter-se em conversa com uma pessoa amada. Enquanto o amor resistir, rezar tem um sentido e ajuda a viver coerentemente com o amor. Crescer no amor em vez de retroceder não é óbvio nem fácil. São envolvidas todas as energias da pessoa. No mosteiro há sempre o perigo do cansaço, devido a uma vida aparentemente monótona e repetitiva que contribui para atenuar a fé ou o amor.
Existem duas santas carmelitas de nome Teresa que narraram muito bem o seu percurso de vida consagrada e as dificuldades para a consecução de  uma relação vital e constante com Deus. Teresa de Ávila e Teresa de Lisieux, mulheres santas e mestras da vida espiritual a ponto de serem declaradas doutoras da Igreja, viveram a experiência mística narrada nos seus escritos.
Afinal de contas, a vida claustral exige muito amor. Fundamenta-se no amor. No mundo ele nunca é suficiente. Por conseguinte, estes lugares de oração, na opinião dos Papa, permanecem essenciais para a Igreja que neles haure recursos espirituais para um testemunho fiel. 

Fonte: L’Osservatore Romano

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