( Papa Francisco durante a benção dos carneiros no dia de Santa Inês) |
No dia 21 de Janeiro vem a Igreja Católica celebrar o dia da grande virgem e Mártir Santa Inês, porém também há na cidade do Vaticano uma cerimônia simples, mas de um grande significado para todo povo cristão, é a benção dos carneirinhos que vão prover a lã que serão usadas na confecção dos Pálios dos Arcebispos. Afinal, o que é o Pálio?
Pálio (do latim pallium: capa ou manto que cobre os ombros, e este de palla romana: manto romano de lã) é uma espécie de colarinho de lã branca, com cerca de 5 cm de largura e dois apêndices – um na frente e outro nas costas, com 6 cruzes bordadas ao seu longo e que expressa a unidade com o sucessor de Pedro.
Originalmente, era exclusivo dos papas, sendo depois estendido aos metropolitas e primazes, como símbolo de jurisdição delegada a eles pelo pontífice.
Destinado, portanto, aos bispos que assumem uma arquidiocese, o pálio simboliza o poder na província e sua comunhão com a Igreja Católica, ministério pastoral dos arcebispos e sua união com o Bispo de Roma.
Todos os anos, os padres da Basílica de Santa Inês levam dois cordeiros para o Papa abençoar, no dia 21 de janeiro (festa de Santa Inês), numa missa pontifical na Basílica de Santa Inês fora dos Muros. Os cordeiros depois são tosquiados e sua lã é levada para fazer os pálios. O pálio é confeccionado pelas monjas beneditinas do Mosteiro de Santa Cecília, em Roma.
(Pálios junto ao túmulo de São Pedro na Basílica Vaticana) |
Há pouco tempo foi modificada a maneira em que os Pálios são recebidos pelos Arcebispos, antes ele era imposto pelo Papa durante a celebração da Festa de São Pedro e São Paulo o que indicava-se a união, ou a plena comunhão dos Bispos com o Sucessor de Pedro, porém fora a celebração modificada pelo Papa Francisco, agora os Pálios são recebidos na Santa Missa, porém são impostos na Arquidiocese ao qual o bispo vem a reger, segundo o Francisco isso caracteriza uma maior participação da parcela de Deus que é confiada ao novo Arcebispo.
O simbolismo do pálio é ainda mais concreto: a lã de cordeiro pretende representar a ovelha perdida ou também a ovelha doente e a ovelha débil, as quais o pastor põe aos seus ombros e conduz às águas da vida. A parábola da ovelha tresmalhada, que o pastor procura no deserto era, para os Padres da Igreja, uma imagem do mistério de Cristo e da Igreja. desde o século VI, o pálio foi considerado veste litúrgica, para ser usada somente na Igreja e, sem dúvida, somente durante a missa, a menos que um privilégio especial determinasse de outra maneira. Isto é demonstrado pela correspondência, sobre o uso do pálio, entre o Gregório Magno e João de Ravena. Não se sabe com exatidão quais foram as primeiras regras para o uso do pálio, mesmo antes do século VI, quando já tinha um certo caráter litúrgico. Sabe-se que, em épocas remotas, o uso do pálio era limitado a certos dias. Seu uso indiscriminado foi permitido a Incmaro de Reims por Leão IV, em 851, e a Bruno de Colônia, por Agapito II, em 954, era contrário ao costume geral. Nos séculos X e XI, como hoje, a regra era limitar o uso do pálio a alguns dias festivos e a algumas cerimônias. O caráter simbólico, unido agora ao pálio, data da época em que se tornou obrigatório aos metropolitas pedirem à Santa Sé a permissão para seu uso. A evolução deste caráter estava completa no final do século XI. No século VI, o pálio era símbolo do ofício e do poder papal e, no decorrer dos séculos, se consolidou como símbolo da plenitude deste ofício pontifical. Foi este o motivo do Papa Félix IV ter entregado o pálio a seu arquidiácono Bonifácio e, contrariando o costume, nomeou-o seu sucessor. Portanto, o pálio sempre significou a união com a Sé Apostólica e é ornamento das virtudes que devem adornar a vida daquele que o usa.
Santa Inês é cantada na ladainha de Todos os Santos. Santa Inês é Padroeira da Pureza e da castidade, é também a padroeira dos noivos
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