segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Dia de Santa Inês e a benção dos carneiros

( Papa Francisco durante a benção dos carneiros no dia de Santa Inês)

No dia 21 de Janeiro vem a Igreja Católica celebrar o dia da grande virgem e Mártir Santa Inês, porém também há na cidade do Vaticano uma cerimônia simples, mas de um grande significado para todo povo cristão, é a benção dos carneirinhos que vão prover a lã que serão usadas na confecção dos Pálios dos Arcebispos. Afinal, o que é o Pálio? 

Pálio (do latim pallium: capa ou manto que cobre os ombros, e este de palla romana: manto romano de lã) é uma espécie de colarinho de lã branca, com cerca de 5 cm de largura e dois apêndices – um na frente e outro nas costas, com 6 cruzes bordadas ao seu longo e que expressa a unidade com o sucessor de Pedro.
Originalmente, era exclusivo dos papas, sendo depois estendido aos metropolitas e primazes, como símbolo de jurisdição delegada a eles pelo pontífice.
Destinado, portanto, aos bispos que assumem uma arquidiocese, o pálio simboliza o poder na província e sua comunhão com a Igreja Católica, ministério pastoral dos arcebispos e sua união com o Bispo de Roma.
Todos os anos, os padres da Basílica de Santa Inês levam dois cordeiros para o Papa abençoar, no dia 21 de janeiro (festa de Santa Inês), numa missa pontifical na Basílica de Santa Inês fora dos Muros. Os cordeiros depois são tosquiados e sua lã é levada para fazer os pálios. O pálio é confeccionado pelas monjas beneditinas do Mosteiro de Santa Cecília, em Roma.

(Pálios junto ao túmulo de São Pedro na Basílica Vaticana)
Os pálios novos são abençoados pelo Papa, guardados numa arca de prata, junto às relíquias, no túmulo do Apóstolo São Pedro e entregues por ele no dia 29 de junho de cada ano, solenidade de São Pedro, aos Metropolitas, nomeados desde a celebração do ano anterior.


Há pouco tempo foi modificada a maneira em que os Pálios são recebidos pelos Arcebispos, antes ele era imposto pelo Papa durante a celebração da Festa de São Pedro e São Paulo o que indicava-se a união, ou a plena comunhão dos Bispos com o Sucessor de Pedro, porém fora a celebração modificada pelo Papa Francisco, agora os Pálios são recebidos na Santa Missa, porém são impostos na Arquidiocese ao qual o bispo vem a reger, segundo o Francisco isso caracteriza uma maior participação da parcela de Deus que é confiada ao novo Arcebispo.

O simbolismo do pálio é ainda mais concreto: a lã de cordeiro pretende representar a ovelha perdida ou também a ovelha doente e a ovelha débil, as quais o pastor põe aos seus ombros e conduz às águas da vida. A parábola da ovelha tresmalhada, que o pastor procura no deserto era, para os Padres da Igreja, uma imagem do mistério de Cristo e da Igreja. desde o século VI, o pálio foi considerado veste litúrgica, para ser usada somente na Igreja e, sem dúvida, somente durante a missa, a menos que um privilégio especial determinasse de outra maneira. Isto é demonstrado pela correspondência, sobre o uso do pálio, entre o Gregório Magno e João de Ravena. Não se sabe com exatidão quais foram as primeiras regras para o uso do pálio, mesmo antes do século VI, quando já tinha um certo caráter litúrgico. Sabe-se que, em épocas remotas, o uso do pálio era limitado a certos dias. Seu uso indiscriminado foi permitido a Incmaro de Reims por Leão IV, em 851, e a Bruno de Colônia, por Agapito II, em 954, era contrário ao costume geral. Nos séculos X e XI, como hoje, a regra era limitar o uso do pálio a alguns dias festivos e a algumas cerimônias. O caráter simbólico, unido agora ao pálio, data da época em que se tornou obrigatório aos metropolitas pedirem à Santa Sé a permissão para seu uso. A evolução deste caráter estava completa no final do século XI. No século VI, o pálio era símbolo do ofício e do poder papal e, no decorrer dos séculos, se consolidou como símbolo da plenitude deste ofício pontifical. Foi este o motivo do Papa Félix IV ter entregado o pálio a seu arquidiácono Bonifácio e, contrariando o costume, nomeou-o seu sucessor. Portanto, o pálio sempre significou a união com a Sé Apostólica e é ornamento das virtudes que devem adornar a vida daquele que o usa.
Santa Inês é cantada na ladainha de Todos os Santos. Santa Inês é Padroeira da Pureza e da castidade, é também a padroeira dos noivos


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