Jesus é o Deus Encarnado, que veio ao mundo para saciar a nossa sede de verdade e para nos lavar de nossos pecados. Alguns hereges, porém, negam a sua divindade, afirmando que os milagres descritos nos Evangelhos seriam meras alegorias fantasiosas. Sendo assim, o episódio da multiplicação dos pães e peixes teria sido efeito da PARTILHA, de um surto de solidariedade entre a multidão. Nada de sobrenatural, portanto.
A LOROTA MARXISTA
Vamos imaginar a cena, conforme a descrevem os hereges materialistas:
Jesus viu que o povo que lhe seguia sentia fome, pois o lugar em que estavam era isolado. Então, pediu que os apóstolos recomendassem que aqueles que haviam trazido mais alimentos dividissem com quem nada tinha. O resultado foi decepcionante: só conseguiram recolher cinco pães e dois peixes, insuficientes para uma multidão de cerca de cinco mil pessoas.
Aí o Mestre resolveu fazer um discurso socialista inflamado, para despertar a consciência social da galera:
– Cês são um bando de burguêis! Ô Creiça, libera um desses pães que tu tá malocando aí debaixo do sovaco! E você aí, Uélito, tem um monte de sardinha socada nessa pochéti, que eu sei! Vamo partilháaaaa!!! Abaixo o sistema capetalista! Axé, awerê, aleluia!
Sensibilizados pelas palavras do Nazareno, quem tinha alimento sobrando resolveu dividir, e todo o mundo ficou satisfeito. Glória ao Marx nas alturas!
A VERDADE PROCLAMADA PELOS APÓSTOLOS E PELA IGREJA
Para os incautos que ouvem um padre ou um leigo herege, esta versão pode até convencer, pois traz um justo apelo à solidariedade. O problema é, segundo os Evangelhos e a Tradição da Igreja, não foi isso que aconteceu. E ninguém tem o direito de deturpar as Escrituras por meio de uma interpretação particular, ainda que seja com a desculpa de pregar uma lição de moral positiva.
É, no mínimo, uma incoerência tremenda alguém que se diz católico negar desavergonhadamente o milagre testemunhado pelos apóstolos e reafirmado pelo Sagrado Magistério. Além disso, quem defende a versão marxista da multiplicação dos pães e peixes precisa explicar outra grande contradição: Jesus Cristo, no dia seguinte, repreendeu o povo que foi atrás dele querendo aclamá-lo como rei:
“Em verdade, em verdade vos digo: buscais-me, não porque vistes os milagres, mas porque comestes dos pães e ficastes fartos.“Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que dura até a vida eterna, que o Filho do Homem vos dará. Pois nele Deus Pai imprimiu o seu sinal.” (João 6, 26-27)
Ou seja, eles buscavam Jesus pelo motivo errado: não porque haviam reconhecido como Filho de Deus pelo testemunho de seus milagres, mas porque o consideravam um líder humano competente para garantir o seu bem-estar material. Exatamente como os hereges de hoje o veem: um defensor das causas sociais, despido de divindade.
O então Cardeal Joseph Ratzinger, hoje Papa Bento XVI, diversas vezes alertou o povo católico sobre esta heresia:
“Sem resposta para a fome da verdade, sem cura das doenças da alma ferida por causa da mentira ou, numa palavra, sem a verdade e sem Deus, o homem não se pode se salvar. Aqui descobrimos a essência da mentira do demônio. Deus aparece na sua visão do mundo como supérfluo, desnecessário à salvação do homem. Deus é um luxo dos ricos. Segundo ele, a única coisa decisiva é o pão, a matéria. O centro do homem seria o estômago.” (1)
Então, se alguém vier pro seu lado com esse papinho de “partilha” em vez de milagre da multiplicação dos pães e peixes, tenha a caridade de esclarecer o sujeito sobre o absurdo de suas afirmações, com muita paciência e amabilidade. Mas, se apesar disso, ele insistir com essa balela, pode mandar na lata, sem medo de errar: “Partilha é o escambáu!”.
Nota:
(1) Cardeal Joseph Ratzinger, O Caminho Pascal – Curso de Exercícios Espirituais realizado no Vaticano na presença de S.S. João Paulo II, Loyola, São Paulo, 1986, p. 14-15
Retirado de http://ocatequista.com.br
Recomendo!
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