domingo, 3 de maio de 2015

A Videira Verdadeira: Um Convite para o amor!





“Aí está o critério para saber que somos da verdade e para sossegar diante dele o nosso coração...” 



Queridos irmãos e irmãs em Cristo, mais uma vez temos a oportunidade de compartilhar a fé com nossa reflexão do Evangelho de Domingo. Hoje nos é apresentado, como no trecho citado acima, um critério para sabermos se somos ou não legítimos discípulos de Nosso Senhor Jesus Cristo: O AMOR, origem, impulso de crescimento e fim da comunidade e da vida cristã primitiva e atual. Tal critério é melhor visualizado quando entramos na imagem pascal de Cristo como Videira: “Eu sou a videira verdadeira...” (Jo 15,1), diz o Senhor. A videira é uma espécie de planta com ramos verdes e flexíveis responsável por produzir a uva. Cristo, neste domingo, convida a você leitor a se comparar com uma videira. Entremos no “jogo” de Jesus. Quem é o tronco? Jesus. Os ramos? O evangelho nos diz que somos nós, os Cristãos. Quem cultiva? O Pai. Mas podemos nos perguntar: De que modo somos enxertados na videira? Como o Pai cultiva os Ramos? O que nutre, liga e identificam os ramos ao tronco? E aí vemos três pontos que nos ajudam a contemplar melhor e tirarmos os frutos necessários da “verdadeira videira”: 



- O Batismo, modo de enxerto na Videira – O batismo é a forma única em que nós, Cristãos, somos enxertados em Jesus Cristo. Por meio dele, somos inseridos na sua morte de Cruz, libertando-nos do pecado e ressuscitando com ele para uma vida nova em vista de uma coroa incorruptível, a salvação! Quando somos batizados cada um de nós, crianças ou adultos, “escutamos” da boca de Deus o que nos diz o profeta Isaías: “Chamei-te pelo nome, tu és meu!” (Is 43,1) E Deus não cessa de nos atrair para uma vida com Ele, por Ele e Nele, isto é, ao sermos enxertados na videira deixamos a realidade de Criatura e assumimos as vestes de Filhos de Deus, somos separados e, pode-se dizer consagrados, “SAGRADOS PARA...” uma missão, uma vida em Deus e não uma vida para nós mesmos, fechada, exclusiva. NÃO SOMOS MAIS NOSSOS, NÃO PERTENCEMOS MAIS A NÓS, MAS A DEUS porque “Nele nos movemos, vivemos e somos” (At 17,28). Várias coisas passam pelo período em que “estão na moda”: músicas, roupas, palavras, gírias... e delas, inúmeras vezes, fazemos uso e logo passam, são esquecidas. Na vida cristã, o Batismo deve ser a moda que nunca passa, que nunca fica “fora de moda” e que nem o tempo, homem, pecado ou qualquer coisa apaga a condição ou torna velho aquilo que é novo, que é o sacramento da “regeneração” , da “nova criatura” e da condição que tu adquiriste no dia do teu batismo: FILHO DE DEUS, RAMO DA VIDEIRA VERDADEIRA. Após a data de nosso aniversário, onde celebramos com festa o dia em que ganhamos o dom da Vida humana, o Batismo deveria ser para nós motivo de festa múltipla e maior, pois é o dia em que nascemos para a vida Espiritual, a vida em Deus, o modo como somos enxertados na videira e dela dependemos! E tu, Cristão, Jovem ou Velho, Homem ou Mulher, como estás vivendo e celebrando o teu batismo? 

- A Vigilância Espiritual: o Cultivo dos Ramos – Como Ramos tiramos a seiva que nos nutre da Videira, do bom cultivo dessa videira. “Todo ramo que dá fruto, Ele o Limpa, para que dê mais fruto ainda” (Jo 15,2). Ele quem? O Pai. Se Somos limpos pelo Batismo, pela ação do Espírito Santo, como nós refletimos no primeiro ponto, somos sustentados pela palavra de Deus Pai, encarnada em Jesus Cristo, para que sejamos ramos viçosos, flexíveis, verdes, cheios de vida. Isto significa que a vida espiritual é uma ação cooperativa entre a Trindade e o homem, nós e Deus! Sendo assim, a palavra de Deus deve ser meio para nosso projeto de VIGILÂNCIA ESPIRITUAL. Sim, em um mundo tão corrido e cheio de afazeres, a necessidade de se planejar as coisas torna-se cada vez mais útil e prática. A vida espiritual deve se seguir da mesma forma! Um projeto elaborado, detalhado e eficaz na vida prática deve ser construído para o bom cultivo da vida cristã. Sozinho? Evidente que não conseguirás muito! Com o auxílio da Graça Divina que cultiva os seus “ramos”? Irás longe! Tal projeto não se define em algo que fique no papel, mas que tome vida e corpo em nosso dia-dia. Que se permita à podas para que dê cada vez mais frutos diários de vida espiritual: virtudes, frutos de santidade, assimilação com a vontade de Deus... Se é um projeto de vigilância, o ato de Vigiar é, portanto, estar atento, ficar de olho e cuidar para que o ladrão não roube, não leve ou estrague aquilo que é patrimônio pessoal. Assim devemos agir para com nosso Batismo, com a nossa condição de Filhos de Deus, com nossa vida espiritual. Cuidar bem dela a fim de que o ladrão, o Diabo, “que rodeia como um leão a rugir procurando a quem devorar” não a estregue e desfigure. São Jerônimo nos diz que “Ignorar a Escritura é ignorar a Cristo” e no processo de vigilância espiritual, as escrituras, e utilizando da analogia de São Jeronimo, o próprio Cristo, deve “estar no meio de nós”, estar em nós e suas palavras devem ser “o livro de cabeceira”, o remédio “conta gotas” que nos auxilia e conduz, cada dia, para o seguimento mais perfeito do Mestre. 

-O amor de Cristo: a ligação entre nós e o Senhor – Aqui tratamos do que nutre os ramos: O amor de Cristo! É o amor da videira para seus ramos... é um amor desinteressado de Deus que se doa até o fim, que se dá por nós, indignos de merecimento. É um amor que constrange a nós, pobres pecadores, pois não poderemos nunca retribuir tamanha doação. A cruz foi uma prova concreta do limite desse amor: SEM LIMITES! Mesmo assim, é interessante notar que além de não possuir em Cristo picos de amor para com os seus, isto é, momentos em que ama e momentos em que não ama, o verbo “permanecer”, utilizado insistentemente por Cristo, relata bem a sua intenção em nos amar sempre e o seu desejo em que “sosseguemos nosso coração”, nos nutramos constantemente nesse amor. Mais ainda, o nosso Salvador ainda torna tal ação, isto é, o ficar, o estar em presença desse amor, a condição perfeita para sermos seus seguidores, suas testemunhas. Não querendo retribuição, já prepara todo o ambiente necessário para que cresçamos Nele: o seu amor divino que é fonte, ápice e meta de todo cristão. É lugar de repouso, de descanso, onde cada um de nós podemos reclinar nossa cabeça e coração e dele aprender! Até nisso, Cristo nos cuida e nos ama! Cristo, de um simples pedido, torna o ato de amar uma identidade que forma o legítimo Cristão. Portanto, Queres ser feliz? Ame a Cristo! Queres pedir algo a si e aos seus? Ame a Cristo! Queres possuir vida plena? Ame a Cristo! Queres Paz ao seu coração? Ame a Cristo! E deixe-se amar por Ele... Esta é a seiva que nutre os ramos pela videira! 

Que o Senhor Jesus, Videira verdadeira, possa revelar em sua vida seu grande amor e que tu possas estar atento para perceber e responder este amor que impele e que faz arder o coração de cada um de nós! ÓTIMA SEMANA!

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